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O primeiro dia de aula do meu filho.

Nesta época do ano, muitos pais começam efetivamente a vivenciar a angústia da separação causada pela aproximação do primeiro dia de aula de seu filho.

Muito provavelmente, quando estavam na fase da escolha da escola, da compra do uniforme, dos materiais necessários, essa emoção já existia. Contudo, à medida que o tempo vai passando e o início das aulas vai se aproximando, seguramente ela ficará mais intensa, parecendo para alguns, quase insuportável. Isso tem uma razão de ser.

Desde o nascimento, e, para muitos estudiosos, até mesmo bem antes, o vínculo da mãe com o bebê os transforma psicologicamente em uma só pessoa. A mãe não desvia a atenção de seu filho por muito tempo e o bebê facilmente reage negativamente à ausência da mãe.

À medida que a criança vai se desenvolvendo, essa relação naturalmente permanecerá enquanto amor duradouro, eterno, inabalável. Entretanto, dentro de um desenvolvimento saudável, deverá também possibilitar a ambos a capacidade de voltar a se identificar como indivíduo, no caso da mãe, e a se conhecer e se reconhecer como um ser singular, único, no caso da criança.

É aí que começa a surgir a angústia da qual estamos falando: a partir do momento em que a mãe se da conta que seu filho pode e deve ter uma vida independente da sua.

Falar é fácil, praticar nem sempre!

Neste momento a escola vem cumprir um excelente papel na vida de todos, pais e filhos.

Os profissionais das escolas que se destinam a atender crianças muito pequenas têm, em geral, o conhecimento dessa fase do desenvolvimento infantil e entendem muito bem o que as mães sentem. Assim sendo, a primeira etapa seria a de encontrar uma escola na qual a família seja bem recebida e compreendida dentro das suas necessidades. É claro que cada escola tem o seu próprio funcionamento e não poderá atender às necessidades específicas de cada família. No entanto, existem condições básicas de relacionamento família-escola que podem ser observadas e seguidas sem que isso interfira na estrutura funcional da instituição. A saber:

• Perguntar qual é a filosofia da escola, que teoria segue, são dados importantes, pois a instituição tem que saber o que fazer e aonde quer chegar com o que faz com seus alunos.
• A criança e também sua mãe devem passar por um período de adaptação. Não existe razão que justifique que uma criança seja afastada abruptamente de sua mãe nos primeiros dias de aula. Primeiro a criança deverá reconhecer o espaço escolar; iniciar um contato com a professora ou com alguém que fará parte da sua rotina. A partir daí, se, se sentir segura, ela poderá permanecer na companhia dos funcionários da escola, sem a presença da mãe. É importante que a criança seja avisada que sua mãe sairá e virá buscá-la mais tarde. Jamais a mãe deverá sair sem que a criança saiba.
• A criança não precisará permanecer na escola durante todo o período nos primeiros dias de aula. A mudança na sua rotina diária bem como o desgaste emocional da adaptação naturalmente lhe deixarão cansada. Não será adequado que nessa fase ela associe o desconforto do cansaço com sua permanência na escola.
• O choro é um comportamento absolutamente necessário e natural na vida de uma criança. É muito importante que a mãe entenda que isso é passageiro e que essa é a forma que a criança encontra para dizer que não está muito segura sobre tudo que está acontecendo. O que é natural. A determinação e segurança da mãe contribuirão de maneira muito positiva para que essa fase passe logo.
• E, por fim, lembre-se: o fato de seu filho se afastar de você temporariamente, se vincular afetivamente a outras pessoas, e, por vezes, demonstrar preferir a companhia dessas pessoas em detrimento da sua, em hipótese alguma significa que ele está deixando de gostar de você. Significa apenas que ele está aberto para o mundo e sendo afetivo nas suas relações.

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